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O QUE APRENDI COM O JORNALISMO #01

  • Foto do escritor: Taisa Echterhoff
    Taisa Echterhoff
  • 13 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 27 de out. de 2020

DICAS PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO A TRABALHAR COM JORNALISMO E TELEVISÃO.


Entrevista com o arquiteto da Igreja da Sagrada Família, Jordi Faulí, em Barcelona


Trabalhar por 6 anos para um canal de TV aberta, de orientação católica, me ensinou excelentes lições. Tudo começou no Rio de Janeiro. Depois de 4 anos de faculdade em Curitiba, eu me mudei para o Rio, fui morar com meu então namorado - hoje marido, e juntos trabalhávamos em produções audiovisuais, ligadas aos clientes dele (ele é, entre outras coisas, Produtor Musical). 2013 foi um ano bacana para um casal trabalhar de forma autônoma, fazendo videoclipes musicais, filmando shows ao vivo, fotografando bandas na estrada, compondo, produzindo. Mas o Brasil passou economicamente por períodos de crise que nos afetaram de formas expressivas; e um "emprego fixo" sempre foi um sinônimo de segurança, pelo menos para a minha geração.

Quando a oportunidade de trabalhar como jornalista para a TV surgiu, fiquei imensamente feliz, mas também me senti desafiada, por não saber muito mais do que a faculdade havia ensinado.


SOBRE O INÍCIO DE TUDO

A disposição da juventude já auxilia muito todo o processo. Há uma pauta para ser coberta? Sim, eu estarei lá! Não importa se o evento é em outra cidade, outro estado, se serão horas de carro para chegar. A disposição para ouvir os colegas mais experientes também auxiliou. E essas são características que a gente nunca deve perder.

Começar a construir uma lista de entrevistados, um mailling, fazer networking, é de extrema valia. Há dias em que não é necessário "cavar" uma reportagem. O tópico do dia já está na boca de todas as pessoas, talvez até em jornais concorrentes. Basta aprofundar o tema, cobrir a repercussão, estudar quais serão os desdobramentos daquele evento nos próximos dias. Mas há dias escassos. Em que o novo lançamento no cardápio da padaria da esquina pode ser interessante. Por isso, os contatos que já nos deram entrevistas antes são cartas certeiras, que podem ser revisitadas, atualizadas. Os assessores de imprensa são nossos melhores amigos. Muitos jornalistas podem considerá-los irritantes, pois o objetivo deles é divulgar seus clientes, marcas, e o seu é dar notícias relevantes para a população. Mas não se engane, é possível produzir excelentes conteúdos com o que eles tem para oferecer.

Produzir com antecedência, conteúdos que nunca saem de moda, pode ajudá-lo a ter as chamadas pautas de gaveta. Em uma empresa em que eu tinha liberdade para decidir minhas próprias pautas, foi assim que descobri minha paixão por informar sobre saúde, educação, e ainda mais quando os assuntos eram cultura e gastronomia. Não há nada de errado em achar pautas que te fazem feliz, e que fazem o público feliz… a menos que você trabalhe nas editorias de política ou economia. Nesses casos, suas pautas são bem mais fáceis de serem delimitadas, mas muito mais difíceis de serem produzidas. No fim das contas, é preciso encontrar seu nicho, no que você é bom.


SOBRE EDIÇÃO DE CONTEÚDO

Meus primeiros anos foram de adaptação, pois sempre adorei escrever parágrafos e mais parágrafos de conteúdo - o que é excelente para um jornalista - mas não necessariamente para uma jornalista de TV, que precisava transmitir sua mensagem em 1 minuto e meio. Eu sempre acabava justificando que eram "reportagens especiais", poderiam entrar em algum outro programa da grade, pois tinham 5, 6 minutos de duração. Eu me aprofundava no personagem, no problema apresentado. Mas sempre acabava na mão dos editores de vídeo que fatiavam a história, e ela passava a não fazer muito sentido. Então eu percebi que era minha função já contar a história de forma mais sucinta. Dá dó cortar um textão lindo? Dá sim… mas se você quiser produzir conteúdos enormes pelo simples prazer da escrita, você pode criar um blog no futuro (rs).

O contrário também acontece quando você entra numa rotina. Quando você sabe que umas poucas linhas já serão suficientes para fechar o VT acaba escrevendo qualquer coisa, enchendo linguiça, e no fundo aquela notícia não foi relevante pra ninguém.

Como eu digo pra tudo na vida: TEM QUE HAVER EQUILÍBRIO.


Se você está no início de uma carreira de jornalismo, já deve ter ouvido falar isso, mas não custa relembrar: não tenha medo de perguntar. Não existe pergunta idiota. Compartilhe seu conteúdo com seus colegas, amigos, familiares. Peça opiniões. Se assista todos os dias, pois os olhos de quem está no meio da produção são diferentes de quando você já entregou o VT, foi pra casa, e está assistindo como espectador.


Muitos outros textos dessa natureza (O que aprendi com o Jornalismo) vão acabar surgindo aqui pelo blog, pois mesmo que no momento eu esteja meio que farta dele, depois de terminar um "relacionamento" de 6 anos com uma TV, os ensinamentos ficam, e compartilhar com vocês é o que há de melhor nessa jornada!


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